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    Israel: a um passo do precipício

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    Israel: a um passo do precipício Empty Israel: a um passo do precipício

    Mensagem  PLivre Qui Fev 19, 2009 1:28 pm

    O jornal britânico “The Guardian”, pesquisou, por meio de seu correspondente na Faixa de Gaza, Rory McCarthy, histórias das vítimas palestinas com danos físicos e psicológicos que afetaram mais de 350 mil crianças em conseqüência da agressão israelense.

    Por: Tammam Daaboul

    O jornal publicou a história de Amyra Karm (15 anos) contada por ela enquanto deitada no leito do hospital com a perna engessada e o rosto deformado. Amyra encontra dificuldade até para sussurrar os momentos traumáticos que viveu durante os ataques israelenses em Gaza, quando viu seu pai ser assassinado do lado de fora de sua casa, pouco antes de sentir um bombardeio israelense que matou seu irmão Alaa, de 14 anos, e a irmã Esmat de 16.

    Amyra guarda também na memória os três dias quando estava sob os escombros, semi-consciente, sabendo que perdeu a família, mas lutava para se manter viva até o resgate no domingo passado.

    Amyra tem um longo caminho a percorrer no seu tratamento físico, e mais longo ainda no tratamento psicológico que ajudará ela a viver apesar das fortes cenas da morte do seu pai e irmãos.

    Mas amyra não está sozinha e o seu caso não é o mais chocante. Mais de 18 famílias palestinas foram totalmente exterminadas em Gaza, não restando um membro delas para preservar o nome na história. Famílias essas com mais de 10 membros cada, que nada tinham de ligação com o Hamas ou combatentes palestinos. Essas famílias representam apenas uma fração dos 1400 palestinos, a maioria civis, mortos pelos bombardeios israelenses em 1 mês.

    Iguais a Amyra há mais de 350 mil crianças na palestina, que perderam seus pais, mães e irmãos ou viram de perto a morte de milhares de inocentes carbonizando ao serem queimados vivos pelo fósforo branco ou retirados em centenas de pedaços dos escombros de residências desintegradas, onde buscavam o único refúgio.

    Até hoje Amyra e as outras crianças não conseguem dormir. Choram espontaneamente a qualquer momento em que lembram pequenos flashes dos aterrorizantes momentos que viveram, ouvindo gritos e vendo espasmos de seus parentes agonizando pouco antes da morte, sem poder fazer nada para protegê-los ou socorrê-los, restando apenas imaginar quando é que o seu próprio grito, caso tenha sorte, será ouvido por outro alguém que ainda não foi exterminado.

    Amyra e as outras crianças palestinas têm pesadelos constantes, já perdeu o direito da segurança que sentia ao lado dos pais que a abraçavam e a acolhiam nos piores momentos dos bombardeios. Tentavam tampar seus ouvidos com as mãos na inútil tentativa de mascarar o horror que viviam mais de 1.5 milhões de palestinos que não sabiam quando esperar o ataque vindo de lugar nenhum, sem avisos ou sirenes.

    Só ouviam os caças israelenses sobrevoando suas casas dia e noite. Bombardeando a cada meia hora alguma residência no território mais densamente povoado no mundo. Ouviam se aproximar o baixo som de um assobio, da bomba ou da artilharia, que carregava a mensagem da morte lançada por mar, terra e ar. Assobio sempre seguido por uma explosão e gritos de vivos e feridos ao verem seus familiares mortos, chamando socorro em vão, pois sabiam que até o socorro tem sido alvo dos ataques.

    Quando pensavam em buscar refúgio em alguma escola ou prédio da ONU tinham que se aventurar por ruas minadas pelos impunes atiradores israelenses de elite, que atiravam em alvos como se atirassem em papel. Treinando em crianças, mulheres e idosos, mesmo quando carregavam só bandeiras brancas e a roupa do corpo. Os afortunados que conseguiam sobreviver à mira dos rifles, à fome e à sede, sentiam-se mais seguros em refúgios de organizações internacionais, até ouvirem novamente o assobio; a explosão; e os gritos de inocentes em chamas, atingidos por mais uma das centenas de bombas de fósforo branco de uso proibido contra seres humanos de acordo com as convenções internacionais.

    Neste momento, os aterrorizados palestinos sabiam que não há mais refúgio na Faixa de Gaza, e que Israel não respeitará nenhuma convenção ou lei internacional, já que não respeita sequer nossa inteligência ao negar o uso dessas bombas enquanto víamos, ao vivo, pela televisão, a chuva de tentáculos de chamas, insaciáveis, devorando o centro de regiões urbanas.

    Israel percebeu há anos que não luta mais contra governos, mas sim sociedades que exigem liberdade e dignidade. Com isso toda criança ou mulher se torna um alvo de sua arrogância militar, que descobre, a cada dia que passa, que as bombas não fazem efeito e a superioridade militar pouco significa quando se trata de enfrentar seres humanos que sonham viver a humanidade.

    A cada dia que os palestinos resistem, Israel questiona a existência, e cresce sua dúvida sobre a arrogância. Porque eles não desistem? Devem se perguntar os generais israelenses, raivosos pela inutilidade dos caças e tanques que recebiam ordens de intensificar os ataques e aumentar os massacres.

    Como escrevi durante a semelhante guerra no Líbano, Israel se escondeu por muito tempo atrás do véu do holocausto, mas o véu desmanchou, e o rosto de um assassino se revelou, como alerta de que há um fora da lei no nosso mundo. Fora da lei que aprendeu a desprezar a vida humana, a acobertar terríveis crimes, manipular meios de comunicação e impedir sua própria sociedade de ver a realidade.

    Em Gaza Israel matou, dilacerou, destruiu e violou. Mas nada conquistou.

    Na guerra contra o Hebollah, Israel provou sua vulnerabilidade; elevou um novo líder para todo o mundo árabe; fragmentou sua credibilidade; e estimulou o anti-judaísmo em todo o mundo. Já contra o Hamas Israel superou as expectativas. Reuniu a sociedade árabe em torno da causa palestina; desmascarou políticas de líderes regionais cúmplices do projeto israelense e americano; convenceu os indecisos árabes de que Israel não deseja a paz e que não valoriza o ser humano; provou que não respeita a liberdade de expressão, a democracia e as leis internacionais; desmanchou sua imagem de ameaçado e indefeso perante a opinião pública internacional; E mais impressionante que tudo, Israel fez o povo árabe tomar as ruas vazias há décadas, protestando contra decisões de alguns dos seus governos e contra Israel. Este povo que dormiu durante décadas de opressão, corrupção, atraso político e degradação econômica, finalmente acordou quando viu a palestina se afogando no sangue de suas crianças, derramado pelas mãos israelenses.

    Não se preocupem quanto à Amyra, ela sobrevirá como sobreviveram muitos dos outros palestinos que viram a morte de perto, não conheceram os luxos ou se quer a base de uma vida digna, mas continuarão eternamente lutando por nossa identidade e dignidade humana, na distante terra da palestina.

    LINK: http://www.arabesq.com.br/Principal/Pol%C3%ADtica/PoliticsArticle/tabid/79/ArticleID/1044/Default.aspx

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