Revista Caros amigos: ATÉ QUANDO, ISRAEL?
Em dez textos que se estendem por dez páginas, Caros Amigos analisa a agressão de Israel contra os palestinos em Gaza. Escrevem e opinam árabes, judeus e especialistas de outras etnias. Um trabalho especial que ajuda você a entender melhor o que se passa no Oriente Médio. Leia a edição completa em Caros Amigos de fevereiro, nas bancas. Leia abaixo trechos das matérias:
PRENSA LATINA
Prensa Latina entra em Gaza duas semanas depois da agressão israelense iniciada em 27 de dezembro de 2008. Um retrato da barbárie israelense e um testemunho do que ainda não se sabe.
Sob os escombros, há histórias inimagináveis
A comunicação telefônica é quase um dom divino para os que estão na prisão a céu aberto que Israel fez de Gaza: entre bombas, destroços, mutilações e carências, alivia poder dar sinais de sobrevivência. O invento atribuído a Graham Bell é tão sagrado para falar com o parente ou conterrâneo além das fronteiras como tentar saber a sorte da amiga de Jebaliyah, o parente surpreendido por um bombardeio em Khan Younis ou o vizinho que vive a três portas.
A agressão iniciada em 27 de dezembro em duas semanas fez ficar sem energia elétrica 1 milhão de palestinos – de um total a que se há de acrescentar mais 500 mil pessoas. O arrepiante panorama ajusta-se às calamidades de Khalil, a incerteza de Alina, o luto de Mohamed, Jasmeen e Ashrat, o trauma de crianças socorridas por Osama ou as feridas na própria carne de Ahmed e outras 4.300 pessoas.
A falta de eletricidade afeta os habitantes de um território em época de inverno, onde a água corrente não é potável e a especulação torna impossível a compra de água engarrafada, enquanto muitas padarias deixaram de produzir. O pão, sobretudo, conhecido como árabe ou pita, básico na alimentação diária dos mais pobres acompanhado com feijões e verduras, custa caro.
Vegetais, frutas e outros alimentos se esfumaçaram, e o pouco que havia tinha “preços muito elevados”, relataram homens que preferiam manter a família em casa e sair para procurar nas três horas diárias de frágil trégua humanitária. Segundo a ONU, cerca de 750 mil palestinos necessitam de água potável, da mesma forma que serviços essenciais como o de saúde. Os hospitais funcionavam no início de janeiro a duras penas com conjuntos de geradores, enquanto os médicos não davam conta dos feridos e pediam aos gritos que não faltasse o combustível, que chegava quando os judeus permitiam a passagem de caminhões-tanque internacionais com limitados volumes. Os geradores elétricos também são prova de solidariedade humana, quando em noites de estrondosos bombardeios, vidros de janelas quebradas e intermináveis penumbras, alguns afortunados compartilham um fio “salvador” com seus vizinhos.
LINK: http://carosamigos.terra.com.br/nova/ed143/gaza.asp
Em dez textos que se estendem por dez páginas, Caros Amigos analisa a agressão de Israel contra os palestinos em Gaza. Escrevem e opinam árabes, judeus e especialistas de outras etnias. Um trabalho especial que ajuda você a entender melhor o que se passa no Oriente Médio. Leia a edição completa em Caros Amigos de fevereiro, nas bancas. Leia abaixo trechos das matérias:
PRENSA LATINA
Prensa Latina entra em Gaza duas semanas depois da agressão israelense iniciada em 27 de dezembro de 2008. Um retrato da barbárie israelense e um testemunho do que ainda não se sabe.
Sob os escombros, há histórias inimagináveis
A comunicação telefônica é quase um dom divino para os que estão na prisão a céu aberto que Israel fez de Gaza: entre bombas, destroços, mutilações e carências, alivia poder dar sinais de sobrevivência. O invento atribuído a Graham Bell é tão sagrado para falar com o parente ou conterrâneo além das fronteiras como tentar saber a sorte da amiga de Jebaliyah, o parente surpreendido por um bombardeio em Khan Younis ou o vizinho que vive a três portas.
A agressão iniciada em 27 de dezembro em duas semanas fez ficar sem energia elétrica 1 milhão de palestinos – de um total a que se há de acrescentar mais 500 mil pessoas. O arrepiante panorama ajusta-se às calamidades de Khalil, a incerteza de Alina, o luto de Mohamed, Jasmeen e Ashrat, o trauma de crianças socorridas por Osama ou as feridas na própria carne de Ahmed e outras 4.300 pessoas.
A falta de eletricidade afeta os habitantes de um território em época de inverno, onde a água corrente não é potável e a especulação torna impossível a compra de água engarrafada, enquanto muitas padarias deixaram de produzir. O pão, sobretudo, conhecido como árabe ou pita, básico na alimentação diária dos mais pobres acompanhado com feijões e verduras, custa caro.
Vegetais, frutas e outros alimentos se esfumaçaram, e o pouco que havia tinha “preços muito elevados”, relataram homens que preferiam manter a família em casa e sair para procurar nas três horas diárias de frágil trégua humanitária. Segundo a ONU, cerca de 750 mil palestinos necessitam de água potável, da mesma forma que serviços essenciais como o de saúde. Os hospitais funcionavam no início de janeiro a duras penas com conjuntos de geradores, enquanto os médicos não davam conta dos feridos e pediam aos gritos que não faltasse o combustível, que chegava quando os judeus permitiam a passagem de caminhões-tanque internacionais com limitados volumes. Os geradores elétricos também são prova de solidariedade humana, quando em noites de estrondosos bombardeios, vidros de janelas quebradas e intermináveis penumbras, alguns afortunados compartilham um fio “salvador” com seus vizinhos.
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Seg Out 11, 2010 7:18 pm por Alef
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