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    As Feridas de Gaza. (Relataorio detalhado de dois médicos Britânicos)

    Marii
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    As Feridas de Gaza. (Relataorio detalhado de dois médicos Britânicos) Empty As Feridas de Gaza. (Relataorio detalhado de dois médicos Britânicos)

    Mensagem  Marii Qui Fev 19, 2009 4:21 pm

    As Feridas de Gaza: Relatório de dois médicos Britânicos

    Dois cirurgiões do Reino Unido, Dr. Ghassan Abu Sittah e Dr. Swee Ang, entraram em Gaza durante a última invasão Israelense. Aqui eles descrevem suas experiências, dividem seus pontos de vista, e chegam a conclusão de que a população de Gaza está extremamente vulnerável e indefesa no caso de outro ataque.

    As feridas de Gaza são profundas e múltiplas. Mas estamos falando do massacre de 5,000 pessoas em Khan Younis em 1956 ou a execução de 35,000 prisioneiros de guerra por Israel em 1967? Ou das feridas da Priemira Intifada, quando a desobediência civil da população de uma área ocupada resultou em múltiplos feridos e centenas de mortos? Podem-se desconectar também os 5,420 feridos em Gaza somente desde 2002. O que nós descrevemos se refere apenas a invasão a partir de 27 de dezembro de 2008.

    Durante o período de 27 de dezembro de 2008 até o cessar fogo de 18 de Janeiro de 2009, houve uma estimativa de que um milhão e meio de toneladas de explosivos foram jogados na Faixa de Gaza. Gaza tem 25x5 milhas e abriga 1,5 milhões de pessoas. Isso faz dela a área mais populosa do mundo. Antes desse ataque Gaza ficou completamente bloqueada e faminta por 50 dias. De fato desde as eleições Palestinas Gaza tem estado sobre bloqueio total ou parcial.

    No primeiro dia da invasão, 250 pessoas foram mortas. Todas as delegacias de Gaza foram bombardeadas matando um grande número de policiais. Com a força policial destruída a atenção se voltou a alvos não governamentais. Gaza foi bombardeada pelo ar com aviões F16 e helicópteros Apache, pelo mar com os navios armados Israelenses e por terra com tanques. Muitas escolas foram reduzidas a entulhos, inclusive a American School of Gaza, 40 mesquitas, hospitais, prédios da ONU, e é claro 21,000 casas, das quais 4,000 foram completamente demolidas. A estimativa é de 100,000 desabrigados.

    Armas Israelenses

    As armas usadas além de bombas convencionais e explosivos, também inclui armas não convencionais, das quais ao 4 foram identificadas.

    • Mísseis e bombas de Fósforo

    As bombas lançadas foram descritas por testemunhas explodindo a alta altitude e espalhando um grande número de bombas menores e de longo alcance.

    Durante a invasão por terra, testemunhas oculares disseram que os tanques primeiro disparavam mísseis convencionais, e depois das paredes destruídas a cápsula de Fósforo era lançada nas casas. Usado desta forma o Fósforo explode e queima as famílias e casas. Muitos corpos carbonizados foram encontrados em meio as partículas.

    Outra preocupação com relação ao Fósforo é sobre um possível agente especial de estabilização. Isso o torna mais estável e não permite que ele queime totalmente. Resíduos ainda cobrem campos, playgrounds e conjuntos. Eles explodem quando são apanhados por crianças curiosas, ou produzem gases tóxicos quando fazendeiros jogam água. Uma família de fazendeiros retornando a propriedade atingida, ao jogar água na plantação causou uma emissão de gases que provocaram epistaxis (sangramento nasal), além disso o Fósforo tratado com o estabilizador age como uma arma antipessoal contra crianças e torno o retorno a uma vida normal mais difícil e perigoso.

    Cirurgiões também estão relatando casos em que após uma laparotromia primária em ferimentos pequenos e com mínima contaminação em uma segunda laparotomia áreas necrosadas cada vez maiores. Os pacientes então ficam gravemente doentes e em torno de 10 dias pacientes precisando de um 3° exame são diagnosticados com necrose massiva no fígado, que pode ou não ser acompanhada de hemorragia generalizada, falha renal, falha cardíaca e morte. Apesar de acidose, necrose do fígado e paradas cardíacas em conseqüência de hipocalcémia sejam conhecias como complicações de ferimentos com Fósforo Branco, é impossível dizer que todas essa complicações sejam causadas por Fósforo sozinho.
    Existe uma urgência em analisar e identificar a real natureza desse Fósforo modificado, devido ao seu efeito de longo termo a população em Gaza. Também a urgência em coletar e se desfazer dos resíduos deixados por toda Faixa, já que eles emitem gases tóxicos ao contato com água, com a chuva a área inteira seria contaminada. Crianças também devem ser alertadas a não mexer ou querer brincar com esses resíduos.

    • Bombas Pesadas
    O uso de DIME (Material Explosivo Denso e Inerte) foi evidente, apesar de ainda ser incerto o uso de Urânio Empobrecido no Sul. Nas áreas pululadas, sobreviventes tiveram membros decepados pelo DIME já que os membros foram cortados em estilo guilhotinado e não sangravam. As cápsulas e jaquetas eram extremamente pesadas.

    • Explosivos de Combustível Aéreo
    Destruidores de Bunkers e bombas implosivas foram usadas. Há prédios, especialmente o Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Islâmica de 8 andares foi reduzido a uma pilha de entulho de 1,8 metros.

    • Bombas Silenciosas
    Pessoas em Gaza descreveram a Bomba Silenciosa como extremamente destrutiva. A bomba chega como um projétil como um baixo som de apito e cria uma área enorme em que todos os objetos a criaturas vivas são vaporizados, sem deixar traços. Nós não somos capazes de colocar esta entre as armas convencionais, e a possibilidade de uma nova arma de partículas tem sido especulada;.

    • Execuções
    Sobreviventes descrevem tanques Israelenses parando na frente das casas e mando os habitantes saírem. Crianças, idosos e mulheres saiam e depois de serem alinhados eram mortos. Famílias perderam mais de 10 membros com essas execuções. O uso de crianças e mulheres como alvos tem sido bem documentado por grupos de Direitos Humanos na Faixa de Gaza nos últimos meses.

    • Ataque a Ambulâncias
    Treze ambulâncias for alvejadas, matando motoristas, atendentes, durante o processo de resgate e remoção de feridos.

    • Bombas de Fragmentação
    Os primeiros pacientes feridos por bombas de fragmentação foram levados ao Abu Yusef Najiar Hospital. Já que mais de 50% dos túneis foram destruídos, Gaza perdeu parte de sua “lifeline”. Esses túneis ao contrário da crença popular não são para o tráfico de armas, embora armas leves possam ser traficadas através deles. Eles são a maior entrada de combustível e comida em Gaza. Palestinos já começaram a cavar novos túneis. No entanto ficou claro que as bombas foram jogadas na região de Rafah e uma delas foi acidentalmente disparada nos túneis. Cinco pacientes foram trazidos com queimaduras depois de ativarem um tipo de armadilha ou mina que explodia as bombas desse tipo.

    • Taxa de mortalidade
    Em 25 de Janeiro de 2009, o numero de mortos era estimado em 1,350 e aumentavam diariamente, isso em razão das vitimas com ferimentos graves morrendo em hospitais. 60% desses eram crianças.

    • Ferimentos Graves
    O número de ferimentos graves é de 5,450, 40% crianças. A maioria vitima de queimaduras e poli traumas, fraturas de membros e pacientes capazes de andar não estão incluídos.

    Durante a nossa conversa com médicos e enfermeiros as palavras holocausto e catástrofe foram constantemente repetidas. O staff médico esta em trauma psicológico após um mês lidando com fatalidades em massa, que engoliram as salas de operação. Muitos pacientes morreram no Departamento de Acidentes e Emergência enquanto esperavam por tratamento. Em um hospital de distrito um ortopedista fez 13 fixações externas em menos de um dia.

    A estimativa é de que dos gravemente feridos 1,600 sofrerão deficiências físicas permanentes. Incluindo amputações, danos da medula espinhal, danos cerebrais, e queimaduras com contraturas incapacitastes.

    • Fatores Especiais
    O numero de mortos nesse ataque é em especial alto por vários motivos:

    - Nenhuma possibilidade de escapar: Gaza foi trancada pelas tropa Israelenses, ninguém pode escapar dos bombardeios e invasões terrestres, simplesmente não como fugir. Dentro da própria faixa de Gaza o movimento de Norte a Sul é impossível, já que tanques Israelenses cortaram a parte norte da parte sul. Isso pode ser comparado com a situação do Líbano em 1982 e 2006 em que a população não podia escapar das áreas de bombardeio para uma área relativamente calma. Essa opção também não existe em Gaza.

    - Gaza é uma área altamente populosa. É assustador ver que as bombas lançadas por Israel eram de alta precisão, elas tem um percentagem de acerto de 100% em prédios lotados. Exemplos são o mercado central, delegacias, escolas, assentamentos da ONU usados com abrigo de bombardeios, mesquitas (40 delas destruídas) e casas de famílias que pensavam estar seguras por não haverem combatentes a vista em uma área elevada onde uma única bomba de implosão acertaria várias famílias. O padrão de consistentes alvos civis causam a suspeita de que os alvos militares são de fato o efeito colateral, e civis são o alvo principal.

    - A quantidade e qualidade da munição usada como já foi descrito.
    - A falta de defesa de Gaza contra as armas modernas de Israel. Ela não possui tanques, aviões e mísseis contra o exercito invasor. Nós presenciamos o embate de um tanque Israelense contra um Palestino armado com uma AK47, forças totalmente desiguais.
    - Não existência de abrigos anti bombas bem construídos, que infelizmente também não são páreo para os “bunker busters” do exercito Israelense.

    Conclusão

    Levando os pontos acima em consideração, o próximo ataque em Gaza pode ser igualmente desastroso. A população está vulnerável e indefesa no caso de outro ataque. Se a Comunidade Internacional fala sério em prevenir um numero tão grande de mortos e feridos no futuro, ela terá que desenvolver algum tipo de força de defesa para Gaza. Senão mais e mais inocentes continuarão a morrer.

    Dr. Ghassan Abu Sittah e Dr. Swee Ang.


    Stop the War Coallition, é o grupo que protestou contra BBC em Janeiro.
    http://stopwar.org.uk
    Isabela
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    Colaboradora
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    As Feridas de Gaza. (Relataorio detalhado de dois médicos Britânicos) Empty muito bom esse relatório

    Mensagem  Isabela Sex Fev 20, 2009 11:47 pm

    Divulguem, colegas.

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