Soldado israelense denuncia que rabinos incitaram "guerra religiosa" em Gaza
Um comandante das Forças de Defesa israelense denunciou que rabinos do Exército disseram às tropas que lutavam na recente ofensiva militar contra alvos do movimento islâmico radical Hamas, na faixa de Gaza, que eles estavam lutando uma "guerra religiosa" contra os pagãos. O relato foi publicado nesta sexta-feira pelo jornal israelense "Hareetz", como continuação aos relatos divulgados nesta quinta-feira (19) sobre o vandalismo e assassinato de civis inocentes durante a ofensiva.
"A mensagem deles era bem clara: nós somos judeus, nós viemos para esta terra por um milagre, Deus nos trouxe de volta a esta terra, e agora nós precisamos lutar para expulsar os pagãos que estão interferindo na conquista da terra santa", disse o comandante, citado pelo jornal.
O relato de Ram, um pseudônimo para proteger a identidade do militar, vazou de um encontro no dia 13 de fevereiro entre membros das Forças Armadas, estudantes do curso preparatório de soldados de Yitzhak Rabin, que compartilharam suas experiências em Gaza.
O jornal publicou trechos de declarações de militares que lutaram durante a operação em Gaza realizada entre 27 de dezembro e 18 de janeiro deste ano e que deixou ao menos 1.300 mortos, entre eles ao menos 900 civis, além de destruir milhares de casas e a infraestrutura do território palestino.
Alguns veteranos, formados na academia militar da Força de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), falaram sobre o assassinato de civis inocentes e de suas impressões de desprezo profundo aos palestinos dentro das forças israelenses.
"A atmosfera em geral, não sei como descrever. As vidas de palestinos, digamos que são menos importantes que as de nossos soldados", diz um dos trechos da declaração de um chefe de pelotão que atuou em Gaza, ao justificar a morte de uma palestina e seus dois filhos, mortos por um atirador de elite israelense.
O diretor da instituição, Danny Zamir, confirmou ao jornal israelense que os relatos são autênticos.
Num longo texto publicado na edição desta sexta-feira, o jornal citou Ram dizendo que a operação de 22 dias --justificada por Israel como uma reação aos constantes ataques de foguetes pelos milicianos do Hamas contra o seu território- tinha "o sentimento de praticamente uma missão religiosa".
Segundo Ram, um sargento religioso de sua unidade "reuniu todo o pelotão e conduziu uma oração para aqueles que estavam indo para a batalha". "E também quando nós estávamos na operação, eles nos enviavam aqueles livrinhos repletos de salmos, uma tonelada deles. Imagino que poderíamos ter enchido um quarto da casa em que eu fiquei por uma semana com os salmos que eles mandavam."
O comandante afirmou ainda, segundo o "Haaretz", que havia uma "enorme diferença entre o que a unidade de educação militar enviava e o que os rabinos da IDF enviavam".
A corporação distribuía panfletos sobre a história da luta de Israel em Gaza desde 1948 até agora, segundo ele. Mas as mensagens que os rabinos passavam a muitos soldados eram no sentido de que "esta operação é uma guerra religiosa".
O rabinato da IDF oferecia ainda diversos serviços religiosos aos soldados, como supervisionar a preparação de comida kosher, segundo os preceitos do judaísmo, providenciar livros de oração, sessões de oração e aconselhamento religioso para qualquer soldado que quisesse participar. O envolvimento, contudo, não era obrigatório.
Crítica
Os testemunhos dos militares contradizem declaração oficial do Exército israelense sobre o rígido comportamento moral de suas forças durante a operação e confirmam em parte as acusações de organizações internacionais de direitos humanos que criticaram o excesso de violência na operação.
As Forças de Defesa de Israel pediram nesta quinta-feira uma investigação sobre os relatos do grupo de soldados. O advogado militar, general Avichai Mendelblit, instruiu a Unidade de Investigação da Polícia Militar a iniciar uma investigação sobre os relatos de soldados de uma academia de cadetes sobre o assassinato de civis palestinos desarmados, vandalismo e a falta de regras e ética na condução da ofensiva israelense.
Segundo Zamir, o escritório da chefia das Forças de Defesa pediu a transcrição dos relatos dos soldados e uma reunião foi marcada para esta semana para debater o tema. "Eles não pretendem evitar a responsabilidade", disse, nesta quinta-feira (19).
O ministro de Defesa de Israel, Ehud Barak, respondeu as declarações publicadas pelo jornal dizendo estar confiante de que as Forças de Defesa lidarão com o tema "com toda a seriedade". "Nós temos o Exército mais moral do mundo", disse Barak, à Radio Israel, nesta quinta-feira (19).
"Eu passei dezenas de anos em uniforme. eu sei o que aconteceu na Iugoslávia, Afeganistão, Iraque e eu digo a você que ao chefe das Forças de Defesa ao último soldado, o Exército mais moral do mundo está pronto para receber ordens do governo de Israel. Eu não tenho dúvidas de que cada incidente será analisada individualmente", completou.
LINK: http://www.gazetadaserra.com.br/noticias.php?intIdUltimaNoticia=73185
Um comandante das Forças de Defesa israelense denunciou que rabinos do Exército disseram às tropas que lutavam na recente ofensiva militar contra alvos do movimento islâmico radical Hamas, na faixa de Gaza, que eles estavam lutando uma "guerra religiosa" contra os pagãos. O relato foi publicado nesta sexta-feira pelo jornal israelense "Hareetz", como continuação aos relatos divulgados nesta quinta-feira (19) sobre o vandalismo e assassinato de civis inocentes durante a ofensiva.
"A mensagem deles era bem clara: nós somos judeus, nós viemos para esta terra por um milagre, Deus nos trouxe de volta a esta terra, e agora nós precisamos lutar para expulsar os pagãos que estão interferindo na conquista da terra santa", disse o comandante, citado pelo jornal.
O relato de Ram, um pseudônimo para proteger a identidade do militar, vazou de um encontro no dia 13 de fevereiro entre membros das Forças Armadas, estudantes do curso preparatório de soldados de Yitzhak Rabin, que compartilharam suas experiências em Gaza.
O jornal publicou trechos de declarações de militares que lutaram durante a operação em Gaza realizada entre 27 de dezembro e 18 de janeiro deste ano e que deixou ao menos 1.300 mortos, entre eles ao menos 900 civis, além de destruir milhares de casas e a infraestrutura do território palestino.
Alguns veteranos, formados na academia militar da Força de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), falaram sobre o assassinato de civis inocentes e de suas impressões de desprezo profundo aos palestinos dentro das forças israelenses.
"A atmosfera em geral, não sei como descrever. As vidas de palestinos, digamos que são menos importantes que as de nossos soldados", diz um dos trechos da declaração de um chefe de pelotão que atuou em Gaza, ao justificar a morte de uma palestina e seus dois filhos, mortos por um atirador de elite israelense.
O diretor da instituição, Danny Zamir, confirmou ao jornal israelense que os relatos são autênticos.
Num longo texto publicado na edição desta sexta-feira, o jornal citou Ram dizendo que a operação de 22 dias --justificada por Israel como uma reação aos constantes ataques de foguetes pelos milicianos do Hamas contra o seu território- tinha "o sentimento de praticamente uma missão religiosa".
Segundo Ram, um sargento religioso de sua unidade "reuniu todo o pelotão e conduziu uma oração para aqueles que estavam indo para a batalha". "E também quando nós estávamos na operação, eles nos enviavam aqueles livrinhos repletos de salmos, uma tonelada deles. Imagino que poderíamos ter enchido um quarto da casa em que eu fiquei por uma semana com os salmos que eles mandavam."
O comandante afirmou ainda, segundo o "Haaretz", que havia uma "enorme diferença entre o que a unidade de educação militar enviava e o que os rabinos da IDF enviavam".
A corporação distribuía panfletos sobre a história da luta de Israel em Gaza desde 1948 até agora, segundo ele. Mas as mensagens que os rabinos passavam a muitos soldados eram no sentido de que "esta operação é uma guerra religiosa".
O rabinato da IDF oferecia ainda diversos serviços religiosos aos soldados, como supervisionar a preparação de comida kosher, segundo os preceitos do judaísmo, providenciar livros de oração, sessões de oração e aconselhamento religioso para qualquer soldado que quisesse participar. O envolvimento, contudo, não era obrigatório.
Crítica
Os testemunhos dos militares contradizem declaração oficial do Exército israelense sobre o rígido comportamento moral de suas forças durante a operação e confirmam em parte as acusações de organizações internacionais de direitos humanos que criticaram o excesso de violência na operação.
As Forças de Defesa de Israel pediram nesta quinta-feira uma investigação sobre os relatos do grupo de soldados. O advogado militar, general Avichai Mendelblit, instruiu a Unidade de Investigação da Polícia Militar a iniciar uma investigação sobre os relatos de soldados de uma academia de cadetes sobre o assassinato de civis palestinos desarmados, vandalismo e a falta de regras e ética na condução da ofensiva israelense.
Segundo Zamir, o escritório da chefia das Forças de Defesa pediu a transcrição dos relatos dos soldados e uma reunião foi marcada para esta semana para debater o tema. "Eles não pretendem evitar a responsabilidade", disse, nesta quinta-feira (19).
O ministro de Defesa de Israel, Ehud Barak, respondeu as declarações publicadas pelo jornal dizendo estar confiante de que as Forças de Defesa lidarão com o tema "com toda a seriedade". "Nós temos o Exército mais moral do mundo", disse Barak, à Radio Israel, nesta quinta-feira (19).
"Eu passei dezenas de anos em uniforme. eu sei o que aconteceu na Iugoslávia, Afeganistão, Iraque e eu digo a você que ao chefe das Forças de Defesa ao último soldado, o Exército mais moral do mundo está pronto para receber ordens do governo de Israel. Eu não tenho dúvidas de que cada incidente será analisada individualmente", completou.
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