Solução para a Paz: um ou dois Estados na Palestina?
por Lejeune Mirhan*
Sempre faço minhas colunas às quartas-feiras. Em função do FSM em Belém, antecipo a sua redação. Nesse sentido, optei em tratar de um tema mais teórico, de fundo, na questão do conflito na Palestina, que vem se arrastando há mais de cem anos, desde o início do processo de colonização da região. Por isso o tema do Estado Palestino.
A proposta de ente estatal
É verdade que os palestinos, descendentes dos cananeus e filisteus, habitam a região que historicamente se denomina de Palestina há milhares de anos. Não cansamos de lembrar que uma cidade bíblica chamada Jericó é palestina e existe há pelo menos sete mil anos de vida continuada. O que se discute é sobre a constituição de um modelo de estado, ocidental, tal qual conhecemos a partir dos séculos XIII na Europa. A constituição mais antiga do mundo, que nem bem é uma constituição, é a inglesa e deve ser da época de 1230, portanto século XIII. É uma Carta na verdade, de um rei chamado de Rei João, o Sem Terra, quando nobres o obrigaram a assumir alguns compromissos por escrito. As lendas de Arthur e seus cavaleiros da Távola Redonda datam dessa época e a criação do Estado inglês, que vem dessa época é dos mais antigos que se conhece na Europa.
A partir dos ideais burgueses do iluminismo, com Montesquieu, Rousseau e outros renomados pensadores, a conformação de estados nacionais vêm ocorrendo na Europa, em especial pelas revoluções burguesas da Inglaterra (1648) e França (1789). A unificação da Itália e da Alemanha, enquanto estados nacionais vai ocorrer mesmo só no século XIX.
No mundo árabe, à exceção da Arábia, berço do Islã de Maomé, onde estão as principais cidades e mesquitas dessa fé religiosa, onde um estado foi edificado por volta do século VII, todos os outros estados árabes datam do século XX, muitos deles criados e traçados suas fronteiras pelas potências imperialistas como quem risca com uma vara a areia do deserto. Exemplo disso são a Síria, o Líbano e mesmo o Iraque (posteriormente o Kuwait por interesses do petróleo e que este pedaço de terra precisava ser desmembrado do Iraque, por causa das descobertas no início desse século de imensas reservas de petróleo).
A região que no mapa hoje dos livros escolares chama-se Israel, sempre se chamou Palestina, há milhares de anos. Isso pode ser comprovado nos documentos e declarações de todos os primeiros sionistas que chegaram à Palestina, pois estes usavam este nome para se referi à região (assista a uma seqüência bem elaborada de vídeos no You Tube, traduzido pelo site Arabesq, no seguinte endereço https://www.youtube.com/watch?v=AsFkUEBWpxA – são seis vídeos com média de dez minutos cada; uma bela história que vai até 1950).
Esse pequenino território que se chamava Palestina sempre foi, na verdade, uma região estratégica. Era rota de passagem de grandes caravanas comerciais vindos das índias e China que, para chegar á Europa, necessitavam passar por ali para atravessar o mar Mediterrâneo. É também berço de três religiões monoteístas da terra e nessa terra estão cidades e locais sagrados para essas três religiões (para os Judeus o que teria restado do Templo de Salomão, hoje Muro das Lamentações; para os cristão todas as cidades por onde Jesus teria passado e onde ele foi enterrado e para os muçulmanos, o local onde Maomé teria ido aos céus em sonho, em seu cavalo branco, hoje conhecido como a Mesquita de Al Aksa, em Jerusalém).
Nos últimos três mil anos, essa região já foi dominada e colonizada por diversos povos e impérios. Todos tentaram, em vão, impor seus costumes, sua língua, duas tradições e sua religião. O que mais conseguiu isso, foram os árabes, já há pelo menos 1,4 mil anos e de forma ininterrupta. Mas, ali presenciamos a conquista dos impérios Macedônio, dos Babilônios, dos Assírios, dos Persas, dos Romanos, dos Árabes, dos Turcos e mais recentemente, do Império Inglês, que durou pouco mais 25 anos (oficialmente de 1922 até 1948; mas os ingleses lá chegaram com o general Allenby em 1917, antes mesmo do final da I Guerra Mundial.
Assim, é uma verdade histórica o fato que os Palestinos nunca conseguiram constituir um ente estatal tal qual nós conhecemos no ocidente. Até porque sempre foram colonizados, ocupados durante os últimos três mil anos. A única coisa que mais se aproximou da possibilidade de construção do seu estado nacional, veio com a fatídica – e equivocada – proposta apresentada pela Comissão da ONU encarregada de propor um plano, uma solução para o conflito que estava se avolumando na região, com a migração em massa de judeus europeus para a Palestina.
Ai veio o chamado Plano de Partilha da ONU, votado em 29 de novembro de 1947 (data essa transformada pela mesma ONU em Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino). Por 33 votos a favor (incluso URRS, no maior erro político cometido pelo camarada Stálin), 13 contra e 10 abstenções (incluso, surpreendentemente, o dos EUA), a criação de Israel foi aprovada. Mas, foi aprovado também a criação do Estado da Palestina.
Daí para frente, a história todos já sabem. Em 14 de maio de 1948, Ben Gurion, líder do Partido Trabalhista, sionista histórico, que se dizia também “socialista”, proclama e instala o Estado de Israel. Os judeus na Palestina eram no máximo 30% de toda a população local, mas ficaram, pelo plano da ONU, com 52% do total das terras férteis e aqüíferas, e os palestinos ficariam com as restantes 48% delas. Imagina um povo dono de cem por cento das terras, ter que, de um dia para outro, deslocar-se, ser evacuado, por pressões, mortes, assassinatos e perseguições políticas, destruições de suas casas. As estimativas da ONU era de que mais de 800 mil pessoas deixaram suas casas, suas aldeias, suas terras, apavorados com o terror implantado pelos grupos terroristas Irgun, Haganá e Stern, entre tantos outros. Massacres e mais massacres, explosões de casas, hotéis, um terror sem fim (sem que a mídia da época se referisse a eles como “terroristas’, como chama hoje os palestinos que lutam de armas na mão pelas poucas terras que lhes restaram).
Os judeus, portanto, saíram na frente. Criaram logo seu Estado que foi imediatamente reconhecido como tal por diversas nações de todo o mundo, inclusive os EUA e a URSS. Logo em seguida, os exércitos árabes da Jordânia, da Síria e do Egito, entraram na região. Ai vai ocorrer o que os historiadores vão chamar da primeira guerra árabe-israelense (falam em pelo menos três grandes e importantes, como a de 1967 e 1973, mas houve muitas outras).
Os palestinos, mais uma vez, ficaram sem o seu estado. Ficaram órfãos. Foram traídos pelos governos árabes, vacilantes e muitas vezes aliados dos americanos e dos ingleses (e até dos sionistas em algumas situações).
Passados 61 anos da proclamação de Israel, não só os palestinos continuam sem seu Estado nacional, como se ele fosse hoje criado, teria um território no máximo com 22% de toda a Palestina e ainda assim, com terras descontínuas. Por isso o debate surge neste momento se a proposta melhor seria mesmo a criação de um Estado palestino convivendo lado a lado com o Estado de Israel, ou se o melhor mesmo seria insistir em um Estado único, Palestina, com dois povos, bi-nacional com duas línguas, duas nacionalidades e duas etnias. Vamos ao debate.
As duas propostas
Não quero aqui entrar em detalhes, teóricos inclusive, das fundamentações das duas propostas. Vou apresentá-las da forma mais resumida e didática possível, com os argumentos a favor e contrário. Depois emitirei uma opinião.
1. Dois Estados para dois Povos convivendo lado a lado – Essa é a proposta mais forte hoje. Faz parte das propostas do chamado Quarteto (ONU, Rússia, União Européia e EUA) e da Iniciativa Árabe (apoiada pela Liga Árabe). Ela consiste na aplicação da Resolução da ONU de 1947 (mas com menos da metade das terras destinadas aos palestinos em 1947). A ANP dos palestinos também a defende e esta na Carta dos Palestinos de 1988. Ela consiste, em resumo no seguinte: a) fronteiras do Estado da Palestina igual as de antes da guerra dos Seis dias de 1967 (22% do território); b) capital Jerusalém Oriental; c) Volta dos refugiados (ou solução negociada e indenizada a uma parte deles); d) libertação dos presos políticos; e) um corredor seguro unindo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia fiscalizada por observadores internacionais. Em troca disso, todos os 22 países árabes reconheceriam Israel e fariam a paz completa (claro, Israel teria que devolver para a Síria as Colinas de Golã e as fazendas do Shebaa, no Sul do Líbano).
Essa proposta resolve a questão da existência de um Estado da Palestina, que seria habitado mais ou menos por 4,5 milhões de palestino (fora os que teriam direito ao retorno). Mas, do lado de Israel, vivem por lá 1,2 milhão de árabes, que são considerados cidadãos israelenses (ainda que de segunda categoria por não serem judeus). Israel poderia não se sentir segura com essa solução. Além do que, deveria desmontar mais de 230 colônias e assentamentos na Cisjordânia, onde vivem mais de 400 mil judeus, em sua maioria ortodoxos.
por Lejeune Mirhan*
Sempre faço minhas colunas às quartas-feiras. Em função do FSM em Belém, antecipo a sua redação. Nesse sentido, optei em tratar de um tema mais teórico, de fundo, na questão do conflito na Palestina, que vem se arrastando há mais de cem anos, desde o início do processo de colonização da região. Por isso o tema do Estado Palestino.
A proposta de ente estatal
É verdade que os palestinos, descendentes dos cananeus e filisteus, habitam a região que historicamente se denomina de Palestina há milhares de anos. Não cansamos de lembrar que uma cidade bíblica chamada Jericó é palestina e existe há pelo menos sete mil anos de vida continuada. O que se discute é sobre a constituição de um modelo de estado, ocidental, tal qual conhecemos a partir dos séculos XIII na Europa. A constituição mais antiga do mundo, que nem bem é uma constituição, é a inglesa e deve ser da época de 1230, portanto século XIII. É uma Carta na verdade, de um rei chamado de Rei João, o Sem Terra, quando nobres o obrigaram a assumir alguns compromissos por escrito. As lendas de Arthur e seus cavaleiros da Távola Redonda datam dessa época e a criação do Estado inglês, que vem dessa época é dos mais antigos que se conhece na Europa.
A partir dos ideais burgueses do iluminismo, com Montesquieu, Rousseau e outros renomados pensadores, a conformação de estados nacionais vêm ocorrendo na Europa, em especial pelas revoluções burguesas da Inglaterra (1648) e França (1789). A unificação da Itália e da Alemanha, enquanto estados nacionais vai ocorrer mesmo só no século XIX.
No mundo árabe, à exceção da Arábia, berço do Islã de Maomé, onde estão as principais cidades e mesquitas dessa fé religiosa, onde um estado foi edificado por volta do século VII, todos os outros estados árabes datam do século XX, muitos deles criados e traçados suas fronteiras pelas potências imperialistas como quem risca com uma vara a areia do deserto. Exemplo disso são a Síria, o Líbano e mesmo o Iraque (posteriormente o Kuwait por interesses do petróleo e que este pedaço de terra precisava ser desmembrado do Iraque, por causa das descobertas no início desse século de imensas reservas de petróleo).
A região que no mapa hoje dos livros escolares chama-se Israel, sempre se chamou Palestina, há milhares de anos. Isso pode ser comprovado nos documentos e declarações de todos os primeiros sionistas que chegaram à Palestina, pois estes usavam este nome para se referi à região (assista a uma seqüência bem elaborada de vídeos no You Tube, traduzido pelo site Arabesq, no seguinte endereço https://www.youtube.com/watch?v=AsFkUEBWpxA – são seis vídeos com média de dez minutos cada; uma bela história que vai até 1950).
Esse pequenino território que se chamava Palestina sempre foi, na verdade, uma região estratégica. Era rota de passagem de grandes caravanas comerciais vindos das índias e China que, para chegar á Europa, necessitavam passar por ali para atravessar o mar Mediterrâneo. É também berço de três religiões monoteístas da terra e nessa terra estão cidades e locais sagrados para essas três religiões (para os Judeus o que teria restado do Templo de Salomão, hoje Muro das Lamentações; para os cristão todas as cidades por onde Jesus teria passado e onde ele foi enterrado e para os muçulmanos, o local onde Maomé teria ido aos céus em sonho, em seu cavalo branco, hoje conhecido como a Mesquita de Al Aksa, em Jerusalém).
Nos últimos três mil anos, essa região já foi dominada e colonizada por diversos povos e impérios. Todos tentaram, em vão, impor seus costumes, sua língua, duas tradições e sua religião. O que mais conseguiu isso, foram os árabes, já há pelo menos 1,4 mil anos e de forma ininterrupta. Mas, ali presenciamos a conquista dos impérios Macedônio, dos Babilônios, dos Assírios, dos Persas, dos Romanos, dos Árabes, dos Turcos e mais recentemente, do Império Inglês, que durou pouco mais 25 anos (oficialmente de 1922 até 1948; mas os ingleses lá chegaram com o general Allenby em 1917, antes mesmo do final da I Guerra Mundial.
Assim, é uma verdade histórica o fato que os Palestinos nunca conseguiram constituir um ente estatal tal qual nós conhecemos no ocidente. Até porque sempre foram colonizados, ocupados durante os últimos três mil anos. A única coisa que mais se aproximou da possibilidade de construção do seu estado nacional, veio com a fatídica – e equivocada – proposta apresentada pela Comissão da ONU encarregada de propor um plano, uma solução para o conflito que estava se avolumando na região, com a migração em massa de judeus europeus para a Palestina.
Ai veio o chamado Plano de Partilha da ONU, votado em 29 de novembro de 1947 (data essa transformada pela mesma ONU em Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino). Por 33 votos a favor (incluso URRS, no maior erro político cometido pelo camarada Stálin), 13 contra e 10 abstenções (incluso, surpreendentemente, o dos EUA), a criação de Israel foi aprovada. Mas, foi aprovado também a criação do Estado da Palestina.
Daí para frente, a história todos já sabem. Em 14 de maio de 1948, Ben Gurion, líder do Partido Trabalhista, sionista histórico, que se dizia também “socialista”, proclama e instala o Estado de Israel. Os judeus na Palestina eram no máximo 30% de toda a população local, mas ficaram, pelo plano da ONU, com 52% do total das terras férteis e aqüíferas, e os palestinos ficariam com as restantes 48% delas. Imagina um povo dono de cem por cento das terras, ter que, de um dia para outro, deslocar-se, ser evacuado, por pressões, mortes, assassinatos e perseguições políticas, destruições de suas casas. As estimativas da ONU era de que mais de 800 mil pessoas deixaram suas casas, suas aldeias, suas terras, apavorados com o terror implantado pelos grupos terroristas Irgun, Haganá e Stern, entre tantos outros. Massacres e mais massacres, explosões de casas, hotéis, um terror sem fim (sem que a mídia da época se referisse a eles como “terroristas’, como chama hoje os palestinos que lutam de armas na mão pelas poucas terras que lhes restaram).
Os judeus, portanto, saíram na frente. Criaram logo seu Estado que foi imediatamente reconhecido como tal por diversas nações de todo o mundo, inclusive os EUA e a URSS. Logo em seguida, os exércitos árabes da Jordânia, da Síria e do Egito, entraram na região. Ai vai ocorrer o que os historiadores vão chamar da primeira guerra árabe-israelense (falam em pelo menos três grandes e importantes, como a de 1967 e 1973, mas houve muitas outras).
Os palestinos, mais uma vez, ficaram sem o seu estado. Ficaram órfãos. Foram traídos pelos governos árabes, vacilantes e muitas vezes aliados dos americanos e dos ingleses (e até dos sionistas em algumas situações).
Passados 61 anos da proclamação de Israel, não só os palestinos continuam sem seu Estado nacional, como se ele fosse hoje criado, teria um território no máximo com 22% de toda a Palestina e ainda assim, com terras descontínuas. Por isso o debate surge neste momento se a proposta melhor seria mesmo a criação de um Estado palestino convivendo lado a lado com o Estado de Israel, ou se o melhor mesmo seria insistir em um Estado único, Palestina, com dois povos, bi-nacional com duas línguas, duas nacionalidades e duas etnias. Vamos ao debate.
As duas propostas
Não quero aqui entrar em detalhes, teóricos inclusive, das fundamentações das duas propostas. Vou apresentá-las da forma mais resumida e didática possível, com os argumentos a favor e contrário. Depois emitirei uma opinião.
1. Dois Estados para dois Povos convivendo lado a lado – Essa é a proposta mais forte hoje. Faz parte das propostas do chamado Quarteto (ONU, Rússia, União Européia e EUA) e da Iniciativa Árabe (apoiada pela Liga Árabe). Ela consiste na aplicação da Resolução da ONU de 1947 (mas com menos da metade das terras destinadas aos palestinos em 1947). A ANP dos palestinos também a defende e esta na Carta dos Palestinos de 1988. Ela consiste, em resumo no seguinte: a) fronteiras do Estado da Palestina igual as de antes da guerra dos Seis dias de 1967 (22% do território); b) capital Jerusalém Oriental; c) Volta dos refugiados (ou solução negociada e indenizada a uma parte deles); d) libertação dos presos políticos; e) um corredor seguro unindo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia fiscalizada por observadores internacionais. Em troca disso, todos os 22 países árabes reconheceriam Israel e fariam a paz completa (claro, Israel teria que devolver para a Síria as Colinas de Golã e as fazendas do Shebaa, no Sul do Líbano).
Essa proposta resolve a questão da existência de um Estado da Palestina, que seria habitado mais ou menos por 4,5 milhões de palestino (fora os que teriam direito ao retorno). Mas, do lado de Israel, vivem por lá 1,2 milhão de árabes, que são considerados cidadãos israelenses (ainda que de segunda categoria por não serem judeus). Israel poderia não se sentir segura com essa solução. Além do que, deveria desmontar mais de 230 colônias e assentamentos na Cisjordânia, onde vivem mais de 400 mil judeus, em sua maioria ortodoxos.
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